
Silêncio Capão
Capão Redondo - Zona Sul - São Paulo
Contexto
Nosso bairro, na zona sul, possui uma identidade própria, marcada por contrastes sociais, culturais e urbanísticos. Região majoritariamente residencial, com grande presença de trabalhadores informais no comércio de rua, bares, salões de festa, adegas etc.
O Capão é um polo de expressão cultural, sendo berço de movimentos musicais, sociais e educativos. No entanto, esse dinamismo convive com problemas urbanos persistentes, como a desigualdade no acesso à justiça, a poluição sonora e a perturbação do sossego.
A presença crescente de sons excessivos e ininterruptos — vindos de carros com som automotivo, carros com alto-falantes para vendas (de gás, ovo, produtos de limpeza, churros...), festas informais, bailes funk, bares, eventos em via pública, cerimônias religiosas, entre outros — tem causado sérios transtornos à comunidade. O barulho constante compromete a saúde física e mental, prejudica o sono, o aprendizado, o convívio familiar e impossibilita uma vivência digna.
Demandas
Surgimos em uma articulação pelo direito ao silêncio, à paz e à saúde, tornando-se uma rede de apoio aos moradores. A principal demanda é o reconhecimento da poluição sonora como uma forma de violência urbana, que precisa ser enfrentada com seriedade, sensibilidade e participação popular.
Reivindicamos:
Fiscalização efetiva de fontes de som abusivas, com foco em áreas residenciais;
Cumprimento da legislação vigente sobre a perturbação do sossego;
Campanhas educativas voltadas à convivência sonora e ao respeito ao espaço público;
Diálogo com o poder público e comerciantes locais para a construção de soluções coletivas;
Reconhecimento institucional do direito ao descanso e à tranquilidade, como parte do direito à cidade.
O Capão Redondo precisa ser ouvido — não no sentido do ruído que invade, mas no sentido do apelo por respeito, escuta, descanso e dignidade.
O Silêncio Capão é mais do que um movimento: é um chamado por equilíbrio e justiça sonora.
